FUTURO, O QUE É ISSO?
Cresci ouvindo falar sobre o futuro.
A palavra futuro estava presente nos conselhos recebidos, nas advertências, nas conversas amigáveis. E essa pergunta pairou em minha cabeça durante um longo tempo: quando o meu futuro chegará?
Vivi cada dia na esperança de me deparar com essa figura mágica. Dormia pensando que quando acordasse já seria o amanhã, mas ao contrário, continuava sendo o hoje, o presente.
De nada adiantou querer adivinhar o que seria o futuro. Procurei respostas em cartas de tarô, videntes, cartomante, ciganas em beira de praia. Tudo que ouvia era um verbo no futuro: casarás e terás filhos, terás uma vida longa, terás muito dinheiro, serás muito feliz.
Aí é que a confusão aumentou em minha mente. Em lugar de um só questionamento, passei a ter vários. Tem que estudar para ser alguém no futuro, tem que ter um bom comportamento para que ninguém venha a falar mal de ti, tens que poupar algum dinheiro para ter tranqüilidade no futuro.
Mas quanto de dinheiro me basta para garantir a tranqüilidade? Quanto de conhecimento preciso adquirir para ser alguém? Como tenho que agir para ser considerada uma pessoa digna?
E quando o futuro finalmente chegar, será que terei (mais uma vez o verbo no futuro) tudo aquilo que realmente me será necessário?
E foi assim que concluí: terei tudo que puder acumular, mas de nada me servirá.
O dinheiro comprará remédios, mas não a saúde; pessoas falarão mal de mim de qualquer maneira porque não sou perfeita, cometi e cometerei erros, voluntária ou involuntariamente; os conhecimentos desaparecerão quando o cérebro não mais responder aos comandos naturais.
Resolvi, pois, viver o meu presente, tal qual se apresenta a cada dia.
Nenhuma oportunidade de ser feliz é desperdiçada. Os problemas são resolvidos na medida em que aparecem. Talvez esteja vivendo a fase da irresponsabilidade controlada. É o momento mais tranqüilo e consciente de toda a minha existência.
De peito aberto, atiro-me aos projetos que eu mesma escolho para mim. Sem medo. Porque resolvi que futuro nenhum tirará o brilho dos meus olhos, a ânsia louca de amar e ser amada, o desejo de estar cercada de amigos verdadeiros, a ousadia de escrever esse texto, a minha sede de vida.
O meu futuro é agora e não aquele que ainda está “por vir”.
E, se realmente ele chegar, quero ser lembrada com um prato de caranguejo e cerveja gelada para acompanhar ou com gargalhadas gostosas, saboreando um bom vinho tinto. Porque, de fato, o futuro só nos chega quando a nossa luz se apaga e não mais amanhece.
Laura Lucena
Cresci ouvindo falar sobre o futuro.
A palavra futuro estava presente nos conselhos recebidos, nas advertências, nas conversas amigáveis. E essa pergunta pairou em minha cabeça durante um longo tempo: quando o meu futuro chegará?
Vivi cada dia na esperança de me deparar com essa figura mágica. Dormia pensando que quando acordasse já seria o amanhã, mas ao contrário, continuava sendo o hoje, o presente.
De nada adiantou querer adivinhar o que seria o futuro. Procurei respostas em cartas de tarô, videntes, cartomante, ciganas em beira de praia. Tudo que ouvia era um verbo no futuro: casarás e terás filhos, terás uma vida longa, terás muito dinheiro, serás muito feliz.
Aí é que a confusão aumentou em minha mente. Em lugar de um só questionamento, passei a ter vários. Tem que estudar para ser alguém no futuro, tem que ter um bom comportamento para que ninguém venha a falar mal de ti, tens que poupar algum dinheiro para ter tranqüilidade no futuro.
Mas quanto de dinheiro me basta para garantir a tranqüilidade? Quanto de conhecimento preciso adquirir para ser alguém? Como tenho que agir para ser considerada uma pessoa digna?
E quando o futuro finalmente chegar, será que terei (mais uma vez o verbo no futuro) tudo aquilo que realmente me será necessário?
E foi assim que concluí: terei tudo que puder acumular, mas de nada me servirá.
O dinheiro comprará remédios, mas não a saúde; pessoas falarão mal de mim de qualquer maneira porque não sou perfeita, cometi e cometerei erros, voluntária ou involuntariamente; os conhecimentos desaparecerão quando o cérebro não mais responder aos comandos naturais.
Resolvi, pois, viver o meu presente, tal qual se apresenta a cada dia.
Nenhuma oportunidade de ser feliz é desperdiçada. Os problemas são resolvidos na medida em que aparecem. Talvez esteja vivendo a fase da irresponsabilidade controlada. É o momento mais tranqüilo e consciente de toda a minha existência.
De peito aberto, atiro-me aos projetos que eu mesma escolho para mim. Sem medo. Porque resolvi que futuro nenhum tirará o brilho dos meus olhos, a ânsia louca de amar e ser amada, o desejo de estar cercada de amigos verdadeiros, a ousadia de escrever esse texto, a minha sede de vida.
O meu futuro é agora e não aquele que ainda está “por vir”.
E, se realmente ele chegar, quero ser lembrada com um prato de caranguejo e cerveja gelada para acompanhar ou com gargalhadas gostosas, saboreando um bom vinho tinto. Porque, de fato, o futuro só nos chega quando a nossa luz se apaga e não mais amanhece.
Laura Lucena
*Laura Lucena é colaboradora permanente do E Por Falar...
2 comentários:
ohh!!!
engraçado que no desenrolar da leitura tive a nítida sensação que a autoria do texto era vossa!!! cara brasukalusitana.
It's so nice for me to have found this blog of yours, it's so interesting. I sure hope and wish that you take courage enough to pay me a visit in my PALAVROSSAVRVS REX!, and plus get some surprise. My blog is also so cool!
Feel free off course to comment as you wish and remember: don't take it wrong, don't think that this visitation I make was a matter of more audiences for my own blogg. No. It's a matter of making universal, realy universal, all this question of bloggs.
I think it's to UNITE MANKIND! Don't see language as an obstacle. That's not the point. Open your heart and come along!!!!!
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